Carreira Militar
Quem Ganha?
 
 
por Marcos Pontes
Nos sete meses de governo, dona Dilma ainda não  conseguiu governar. Tirando a equipe econômica, que entre erros e  acertos não fica parada ou é amassada pelo trem da crise mundial, as  demais estão mais preocupadas em esconder sua podridão. Como  conseqüência, a presidente não preside, antes faz papel de bombeiro.
Pela  primeira vez em meses, a Polícia Federal se antecipa à imprensa e  desmonta uma gang que agia escondidinha desde os tempos em que a  ministra do Turismo era a boquirrota e hoje assustada Marta Suplicy  Favre. E o caos se instala nas bases governistas, a ideológica, a  comercial e a assalariada, as três fundidas em base política.
O  PR já se rebelou, fez beicinho, ameaçou votar contra os projetos do  governo e recolheu-se à sua insignificância barulhenta. Jucá já ameaçou  “fuder” (palavra dele) com o Temer se esse esculachasse com o irmão de  Jucá, que, contrariado com a perda de poder no Ministério da  Agricultura. Uma guerrinha particular dentro da guerra tácita entre PT e  PMDB. Com medo de que haja uma ruptura entre governo, leia-se PT, e seu  partido, leia-se PMDB, Renan Calheiros minimiza a prisão de seus  copartidários, mesmo entre eles estar apadrinhados seus e de José  Sarney, que se silencia diante da descoberta de mais uma falcatrua.  Jobim, aquele que tem aspirações à presidência, mas que, na prepotência  viciosa de magistrado, não consegue segurar a língua dentro da boca,  despede-se do ministério e Dilma, numa demonstração de que está deixando  passar por entre os dedos sua autoridade, chama o fiel escudeiro de Lula em seu segundo mandato, Celso Amorim, talvez o mais megalômano dos  80 ministros dos dois últimos governos, desagradando os militares.  Estes, mudos e passivos, reclamando pelos cantos como a criança que  levou palmada do pai, mas não tem coragem de se declarar abertamente  ofendido.
Nesse ninho de ratos, quem se beneficia e quem sai perdendo?
Dilma  poderia beneficiar-se, e talvez fosse essa sua intenção, ao demonstrar  que, ao contrário de Lula, que demorava para demitir bandidos descobertos  ou não os demitia e continuava defendendo-os, demite quem faz errado e  deixa o rabo à mostra. Aprendeu quando cevou 32 dias para demitir  Palocci e queimou-se por isso. Numa futura disputa interna sobre quem  seria o candidato a seu sucessor, levaria uma vantagem sobre Lula no  campo moral. Não está sabendo ou querendo usar esta arma ainda,  principalmente porque Lula faz questão de manter-se nas manchetes, dando  ordens a ela, dando pitacos na atuação dos ministros, recorrendo aos  parlamentares amigos e impondo ministros.
Poderia  ganhar Lula que pode alegar que o atual ministério, mesmo sendo  responsável pela indicação de mais da metade dele, existem mais atos  ímprobos em sete meses do que houve em seus 96 meses de mandato, mesmo  sabendo que isso não é verdade. A roubalheira de agora é apenas a  continuação das iniciadas em seu governo. Conhecendo sua falta de  escrúpulos e sua vaidade exacerbada, além da infinita sede de poder, não  será de estranhar que ele use essa bateria futuramente.
Poderia  ganhar a Polícia Federal, que deu um golpe no ministro da Justiça e na  própria presidente, só os avisando que seriam feitas as prisões depois  de emitidos os mandatos judiciais. Dessa maneira evitou que ministro e  presidente livrassem a cara dos amigos, o que quase aconteceu. Ao saber  da Operação Voucher, Cardozo telefonou para alertar os amiguinhos, mas  não deu tempo; Dilma perguntou ao delegado se não havia como livrar a  cara de Moyses, o petista apadrinhado por Marta e filiado ao PT,  recebendo como resposta um “não” convicto.
A PF  não sairá ganhando porque, do alto da ditadura petista, Cardozo já mexe  os pauzinhos para desmoralizá-la e arrumar algum argumento técnico para  anular a operação. Não interessa para essa gente se há crime ou não,  desde que seus companheiros fiquem livres.
Poderia  ganhar a oposição, se tivéssemos uma atuante. Veem-se um ou outro  parlamentar discursando, dando entrevistas ou tuitando moralidade, mas  não se vê uma ação coordenada pela moralidade na política e pela punição  dos gângsteres flagrados.
Poderiam ganhar os  analistas políticos se esses não se acovardassem diante das constantes  ameaças de se calar a imprensa. Estes prendem-se em reler notícias ou,  de preferência, releases dos políticos, mas sem analisarem. Análises,  afinal de contas, são interpretações pessoais e esses senhores não  querem correr o risco de serem calados, por isso não analisam.
No  final das contas, não se sabe quem sai ganhando, mas fica muito claro  quem sai perdendo: a moral, a lisura, a honestidade, o erário e a  população que paga para ser roubada constantemente.
Fonte:  Esculacho e simpatia
 
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