Neste abril de 2014, reverenciamos a todos os que, em abris passados, tombaram pela fúria política de terroristas. Os seus algozes, sob a mentira de combater uma ditadura militar, na verdade queriam implantar uma ditadura comunista em nosso país. Para isso, atentaram contra o Brasil.
Nestes tempos de esperança, cabe-nos lutar para que recebam isonomia no tratamento que os "arautos" dos direitos humanos dispensam aos seus assassinos, que hoje recebem pensões e indenizações do Estado contra o qual pegaram em armas.
A lembrança deles não nos motiva ao ódio. Move-nos, somente o desejo de que a sociedade brasileira lhes faça justiça e resgate aos seus familiares a certeza de que não foram cidadãos de segunda classe, por terem perdido a vida no confronto do qual os seus verdugos, embora derrotados, exibem, na prática, os galardões de uma vitória bastarda, urdida por um revanchismo odioso.
A esses heróis o reconhecimento da Democracia e a garantia da nossa permanente vigilância, para que o sacrifício de suas vidas não tenha sido em vão.
14/04/69 – FRANCISCO BENTO DA SILVA (Motorista - SP)
LUIZ FRANCISCO DA SILVA (Guarda bancário –SP)
Mortos durante um assalto, praticado pela Ala Vermelha do PCdoB, ao carro pagador (uma Kombi) do Banco Francês-Italiano para a América do Sul, na Alameda Barão de Campinas, quando foram roubados vinte milhões de cruzeiros. Participaram desta ação os terroristas: Élio Cabral de Souza, Derly José de Carvalho, Daniel José de Carvalho, Devanir José de Carvalho, James Allen Luz, Aderval Alves Coqueiro, Lúcio da Costa Fonseca, Gilberto Giovanetti, Ney Jansen Ferreira Júnior, Genésio Borges de Melo e Antônio Medeiros Neto.
04/04/71 – JOSÉ JÚLIO TOJA MARTINEZ (Major do Exército – Rio de Janeiro)
No início de abril, a Brigada Pára-quedista recebeu uma denúncia de que um casal de terroristas ocupara uma casa em Campo Grande/RJ. A 2ª Sessão da Brigada, chefiada pelo major Martinez, montou um esquema de vigilância sobre a citada residência. Por volta das 23 horas desse dia, chegou um casal, de táxi, estacionando-o nas proximidades da casa vigiada. A mulher ostentava uma volumosa barriga que indicava estar em adiantado estado de gravidez. O fato sensibilizou Martinez, que, impelido por seu sentimento de solidariedade, agiu impulsivamente visando preservar a “senhora” de possíveis riscos.
Ele iniciou a travessia da rua, a fim de solicitar-lhe que se afastasse daquela área. Ato contínuo, da “barriga”, formada por uma cesta para pão com uma abertura para saque da arma ali escondida, a mulher retirou um revólver, matando-o instantaneamente, sem qualquer chance de reação. O capitão Parreira, de sua equipe, ao sair em sua defesa foi gravemente ferido por um tiro desferido pelo terrorista. A reação dos demais agentes desencadeou cerrado tiroteio que causou a morte do casal de terroristas. Estes foram identificados como sendo os militantes do MR-8 Mário de Souza Prata e sua amante Marilena Villas-Bôas Pinto, ambos de alta periculosidade e responsáveis por uma extensa lista de atos terroristas.
No “aparelho” do casal foram encontrados explosivos, munição e armas, além de levantamentos de bancos, de supermercados, de diplomatas estrangeiros e de generais do Exército.
Destino perverso esse que compensou com uma reação de ódio e violência o gesto de bondade tão característica do major Martinez. Ele deixou viúva e quatro filhos, três meninas e um menino, a mais velha, à época, com onze anos de idade. Sua esposa, com uma pequena pensão, criou com sacrifícios aquelas crianças que, pelo ambiente familiar de que desfrutavam, eram, naturalmente, dóceis e afáveis.
07/04/71 – MARIA ALICE MATOS (Empregada doméstica – Rio de Janeiro)
Morta por terroristas quando do assalto a um depósito de material de construção.
15/04/71 – HENNING ALBERT BOILESEN (Industrial – São Paulo)
Quando da criação da Operação Bandeirante, a pedido de Carlos Lamarca os terroristas escolheram três nomes para serem assassinados, como forma de intimidar os colaboradores da OBan. Estes eram: Henning A. Boilesen, Peri Igel e Sebastião Camargo (Camargo Correia) O primeiro escolhido foi o presidente da Ultragás, Henning Albert Boilesen, um dinamarquês, naturalizado brasileiro.
A partir da segunda quinzena de janeiro de 1971, iniciaram-se os levantamentos do industrial paulista, dos quais participaram: Devanir José de Carvalho, Dimas Antonio Casemiro, Gilberto Faria Lima e José Dan de Carvalho, pelo MRT; Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz, pela ALN; Gregório Mendonça e Laerte Dorneles Méliga (nomeado, em 2011, Diretor do SERPRO, empresa governamental de processamento de dados ligada à Receita Federal - DOU nº 34 de 17/02/2011), pela VPR.
No dia 15 de abril de 1971 um Comando Revolucionário, integrado pelos terroristas Yuri Xavier Pereira, Joaquim Alencar Seixas, José Milton Barbosa, Dimas Antonio Casimiro e Antonio Sérgio de Matos, traiçoeiramente assassinou Boilesen. Quando o carro de Boilesen entrou na Alameda Casa Branca, dois carros dos terroristas emparelharam com o dele. Pela esquerda, Yuri, colocando um fuzil para fora da janela, disparou um tiro que foi raspar a cabeça de Boilesen. Este saiu do automóvel que dirigia e tentou correr em direção contrária aos carros. Foi inútil. José Milton descarregou sua metralhadora nas costas do industrial e Yuri desfechou-lhe mais três tiros de fuzil. Cambaleando, Boilesen arrastou-se por mais alguns metros e foi cair na sarjeta, junto de um Volkswagen. Aproximando-se, Yuri disparou mais um tiro que lhe arrancou a maior parte da face esquerda. Joaquim Alencar Seixas e Gilberto Faria Lima jogaram os panfletos por cima do cadáver. No relatório escrito por Yuri, e apreendido pela polícia, aparecem as frases “durante a fuga trocávamos olhares de contentamento e satisfação. Mais uma vitória da Revolução Brasileira”.
Vários carros e casas foram atingidos por projéteis. Caídas, duas senhoras, uma atingida no ombro e outra ferida numa perna. Sobre o corpo de Boilesen, mutilado com dezenove tiros, os panfletos da ALN e do MRT, dirigidos “Ao Povo Brasileiro”, traziam a ameaça:
“Como ele, existem muitos outros e sabemos quem são. Todos terão o mesmo fim, não importa quanto tempo demore; o que importa é que eles sentirão o peso da JUSTIÇA REVOLUCIONÁRIA. Olho por olho, dente por dente”.
10/04/74 – GERALDO JOSÉ NOGUEIRA (Soldado PM – São Paulo)
Morto quando da captura de terroristas.
Os mortos acima relacionados não dão nomes a logradouros públicos, nem seus parentes receberam indenizações, mas os responsáveis diretos ou indiretos por suas mortes dão nome à escolas, ruas, estradas e suas famílias receberam vultosas indenizações, pagas com o nosso dinheiro.
Texto adaptado de: A Verdade Sufocada.
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