Carreira Militar
Arrependimento e vergonha
por Sérgio Chaves (*)
Não ouvi na ultima campanha eleitoral, nem em outras, quaisquer candidatos dizerem, sem rebuços, que participaram da luta armada nos anos 1970 do século passado. Entenda-se por luta armada aquela em que se mata, se morre, se afronta em nome de uma ideologia, de armas na mão, a autoridade constituída. Alguns apresentam pálidos currículos de lutadores pela democracia e contra a ditadura. Currículos tão pálidos quanto falsos. Contudo, basta serem eleitos e se agigantam. Na posse homenageiam, com discursos grandiloquentes, companheiros tombados. Declaram, com a arrogância covarde dos derrotados na luta armada, que de nada se arrependem.
Não se arrependem dos assassinatos de inocentes, de sentinelas dos quartéis, de modestos guardas de banco durante os assaltos ou, melhor, expropriações em nome do povo. Não se arrependem dos sequestros de aviões levados para Cuba. Não se arrependem do assassinato a sangue frio do motorista do embaixador americano. Não se arrependem do cortejo de órfãos e viúvas deixados no rastro das suas insânias. Não se arrependem das torturas infligidas aos índios do Araguaia, acusados sem provas ou contraditórios, de colaboradores dos militares. Não se arrependem dos estupros contra índias impúberes. Por estes não se indignam os defensores dos “direitos humanos”. Não se arrependem. Nunca se arrependerão. Arrependimento é sentimento de humildade diante do equívoco.
Como e por que exigir arrependimento de quem, por visão de distorcida dialética, foi indenizado com gordas pensões e milionárias indenizações? Os denominados “Anos de Chumbo” transformaram-se em “Anos de Ouro”!
Eles de nada se arrependem. Nós de nada temos que nos envergonhar. Obrigado, general Elito. Fonte: Jornal do Comércio
COMENTO: excelente capacidade de síntese. Um texto com poucas palavras que não dá margem a que se acrescente nada. Sequer um comentário. Disse tudo!!
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