Marcelo Sato, casado com a filha mais velha de Lula, aparece em investigação da Polícia Federal conversando com empresário acusado de formação de quadrilha, estelionato e corrupção.
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Gustavo Ribeiro Não são raros os casos de chefes de estado que, vez por outra, se encontram na constrangedora situação de administrar fanfarronadas de parentes, amigos ou pessoas próximas. O presidente Lula não escapa dessa maldição. Ele já passou por essa situação algumas vezes, uma delas quando
seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, foi pilhado pedindo dinheiro ("dois pau") a um empresário do ramo de jogos. Agora, um genro do presidente aparece como protagonista de atos ilegais em uma investigação da Polícia Federal. O genro é Marcelo Sato, casado com Lurian, filha mais velha de Lula.
Sato foi flagrado pelos policiais negociando o recebimento de 10.000 reais de um empresário ligado a uma quadrilha investigada por lavagem de dinheiro, operações cambiais clandestinas, ocultação de bens e tráfico de influência. Equivaleria a um certificado de boa conduta se tudo o que esses parentes e meios-parentes de Lula tivessem obtido de benefícios próprios em sete anos de governo fossem os "dois pau" para Vavá e os 10.000 reais para Sato, que deveria repassá-los a Lurian, conforme as gravações da PF. Mas a questão não pode ser colocada em termos de valores absolutos.
É grave o caso de Marcelo Sato, oficialmente empregado como assessor parlamentar.
O marido da filha do presidente prestava serviços a uma quadrilha, ora acompanhando processos em órgãos federais, ora usando sua condição de "genro" para agendar reuniões dos suspeitos com autoridades do governo.
É no terreno fértil das franjas do poder que florescem histórias desse tipo. VEJA teve acesso a relatórios policiais reservados da chamada
Operação Influenza, que, durante dois anos, monitorou as atividades de uma quadrilha de empresários de Santa Catarina e de São Paulo apontados como responsáveis por desfalques milionários contra os cofres públicos. O genro do presidente, segundo a PF, funcionava como lobista do grupo. Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça mostram que
Marcelo Sato mantinha relações estreitas com o empresário João Quimio Nojiri, preso em junho de 2008. Nojiri era quem determinava quais missões o genro deveria cumprir dentro do governo. No dia 21 de maio de 2008, a polícia gravou uma conversa entre o empresário e um amigo de Lurian, identificado apenas como Guilherme.
Nojiri conta que recebeu uma mensagem da filha do presidente, que estaria passando por dificuldades financeiras. O empresário, então, mandou depositar 10.000 reais para Lurian na conta-corrente de Marcelo Sato. "
Tem certeza que tem que ser na conta dele?", pergunta o amigo. Nojiri liga para sua secretária e manda fazer a transferência do dinheiro.
A ajuda, porém, foi dada de maneira bem peculiar. João Nojiri pediu à secretária que fizesse "
dois depósitos de 5" – uma provável medida de precaução contra a vigilância das autoridades, já que os bancos são obrigados a informar e identificar toda movimentação igual ou superior a 10.000 reais. Dividindo o repasse em dois, são nulas as possibilidades de a transação despertar a atenção da entidade fiscalizadora. "
Estou fazendo um negócio pra você, tá? Tô sabendo que você tá precisando", informou o empresário a Marcelo Sato.
Lurian negou ter pedido dinheiro ao empresário Nojiri. "Não conheço esse homem. Nunca ouvi falar dele e não sei de dinheiro nenhum", garantiu ela. Marcelo Sato contradisse a esposa e admitiu a proximidade do casal com o investigado Nojiri, com quem teria uma amizade de dez anos. A versão dada por Marcelo Sato para justificar o repasse de 10.000 reais para sua conta exige que a tese da amizade longa e sólida seja verdadeira. O dinheiro seria fruto de um empréstimo pessoal feito por Nojiri e que já teria sido pago por Sato.
João Nojiri, por sua vez, confirmou o vínculo com a família Sato, mas não se recorda nem da doação, nem do empréstimo, nem do pagamento do empréstimo. Disse Nojiri: "Não me lembro desses detalhes". A relação entre empresário e assessor não era uma via de mão única. Se Nojiri prontamente atendia às carências do amigo, também recebia a contrapartida. Em inúmeras conversas registradas pela PF,
Marcelo Sato agenda almoços, reuniões e audiências em Brasília com políticos graúdos. Ele conta com o apoio do deputado federal Décio Lima, do PT catarinense. O parlamentar, compadre do casal Sato, é íntimo dos acusados, mas também não se lembra de muita coisa: "Não tenho nenhuma relação com esse pessoal". Décio Lima pode ter esquecido, mas é sabido que ele com frequência tinha à sua disposição um avião da quadrilha investigada pela Polícia Federal. Em 14 de fevereiro de 2008, Sato, Décio e Nojiri estavam em Brasília.
Sato disse que levaria o empresário para uma conversa com o presidente Lula, no Palácio do Planalto, tão logo encerrasse a agenda oficial do dia. A Presidência da República informou que não há registro do encontro.
Fonte: Veja - Ed 2141
COMENTO: é claro que o imperador Luiz LI não tem a mínima idéia do que anda fazendo seu genro "aloprado". Afinal, se é que recebeu (é claro que ele não lembra!) o rapaz e algum amigo, foi só para tomar um traguinho com eles, só por boa educação. Afinal, seria falta de gentileza deixar de receber alguém que tenha vindo de tão longe (mesmo que possa ter utilizado algum Boeing da FAB, a exemplo de Lulinha) só para vê-lo de perto. O texto foi publicado em 2 Dez 09, mas a grande midia dependente fez cara de guri cagado, preferindo ficar batendo no Governador do Distrito Federal e seus panetones (caros panetones, por sinal).
Veja fotos e transcrições de diálogos gravados pela PF, clicando AQUI.
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