Radiografia da Realidade Socioeconômica
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Radiografia da Realidade Socioeconômica


por Eudes Moraes
Crescimento econômico, com investimentos, geração de empregos e educação são programas básicos para transformações sociais. Isso requer reformas, redução de despesas e redução de impostos. Governar requer preparo, competência e coragem. Não se erradica a pobreza com distribuição de rendas de forma demagógica. Sem essa visão estratégica e de futuro, qualquer outra tentativa não passa de esforço para desentortar a sombra de uma vara torta.
O Programa Bolsa Família (PBF) transfere renda de forma direta e beneficia famílias em situação de extrema pobreza. O PBF visa à erradicação e a conquista da cidadania dos que são mais vulneráveis à fome. O programa atende 11 milhões de famílias em todos os municípios brasileiros. O PBF objetiva resgatar da miséria crianças de 0 a 12 anos.
O Observador 2008 divulga pesquisa e informa que, nos dois últimos anos, mais de 20 milhões de brasileiros saíram das camadas sociais mais baixas (classes D e E) e migraram para a classe C, porta de entrada para a sociedade de consumo. As classes D/E são constituídas de 72,9 milhões de pessoas, ou seja, 39% da população. O resultado ascensional que o governo alardeia como grande feito merece análise profunda. O ritmo de crescimento da classe C saiu de 62,7 milhões para 86,2 milhões no mesmo período, passando de 34% para 46% dos brasileiros. O número de pobres das classes D/E encolheu de 93 milhões para 73 milhões de pessoas. De acordo com a pesquisa, a classe C é composta por 86,2 milhões de pessoas equivalentes a 46% da população. Em 2005, a participação era de 34% e as faixas D e E representavam 51% da população. Com a distribuição de dinheiro, as classes D e E foram reduzidas para 39%. Assim, através do PBF uma parcela das classes baixas migrou para a classe média e passou a consumir.
O governo transformou as classes mais pobres em consumidoras, mas elas continuam economicamente improdutivas e dependentes do dinheiro público. Quem recebe de mão beijada, não se sustenta como consumidor por muito tempo, a não ser que o governo continue alimentando esse sistema. Agora, instituirão o bolsa-geladeira para a troca de 10 milhões de refrigeradores.
Por outro lado, há um excesso de oferta de créditos no mercado. Em 2001, o total de crédito disponível na economia brasileira representava 22% do Produto Interno Bruto (PIB) e em 2007 esse porcentual chegou a 35% e, de acordo com o Banco Central, no fim de 2008 atingirá 40%. A facilidade de crédito beneficia as classes baixas, para as quais crédito era artigo de luxo. Neste País, nunca se distribuiu tanto dinheiro público e nunca se ofertou tanto crédito como agora. Isso explica o aquecimento da economia. O endividamento é alto. A bolha de consumo e empréstimos está formada. Ainda não se sabe a extensão e os efeitos econômicos desse anestésico social.
Mao Tse-tung acreditava que a defesa da China estava na superpopulação. Ao assumir o poder, Deng Xiaoping aboliu essa prática e as famílias estão limitadas a um filho por casal. O Brasil sempre incentivou o crescimento populacional. O governo estimula a pobreza a não trabalhar, em troca da bolsa-esmola e é ela a que mais tem filhos. A igreja faz o discurso do "crescei e multiplicai" e prega a "paternidade responsável". Ela é contra o uso dos métodos contraceptivos. O resultado é que, em 1970, éramos "90 milhões em ação, pra frente Brasil" e hoje somos 187 milhões de habitantes. De 2005 a 2007, mesmo período da pesquisa, o aumento foi de 184 para 187,2 milhões. Ora, crescimento populacional sem a multiplicação dos pães é pecado.
Em tempo de comida escassa, há de se conter a explosão demográfica. O governo não assinala nessa direção. Prefere manipular o efeito, ao invés de combater a causa. Por isso, já se fala em terceiro mandato. Essa prática é um crime contra o futuro do País.
Não sou contra o pobre, mas sou contra a pobreza enquanto condição de indigência, como resultado de crenças e políticas anacrônicas e enquanto massa de manobra de interesses escusos. Sou contra "dar o peixe ao invés de ensinar a pescar".
Eudes Moraes é empresário, escritor e poeta.
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