"As únicas causas capazes de levar às ruas até dois milhões de pessoas, são as dos homossexuais, a dos seguidores das igrejas evangélicas na celebração a Jesus e a dos que pedem a liberalização da maconha". A frase está em artigo intitulado "Por que os brasileiros não reagem?', do jornalista Juan Arias, correspondente no Rio de Janeiro do jornal 'El País', da Espanha, ao comentar a forma com que nosso povo pouco ou quase nada reage contra o alto índice de corrupção praticada pelos homens públicos, ressaltando ainda: "Será que não sabem reagir à hipocrisia e à falta de ética dos que os governam?".
A tragédia serve para enriquecimento de alguns |
Juan Arias destaca que nem os jovens, trabalhadores ou estudantes, esboçaram até agora alguma manifestação em face da corrupção que a cada dia cresce praticada pelos governantes. O jornalista lembra que as mais recentes manifestações políticas foram as "Diretas Já", em 1984/85, pela volta do voto direto para Presidente da República, e em 1992, quando os 'caras pintadas' foram às ruas exigir a saída do então presidente Fernando Collor, acusado de corrupção. Ambas resultaram vitoriosas. Nem as recentes manifestações populares ocorridas que resultaram até em queda de ditadores serviram para estimular principalmente os jovens brasileiros a cobrar dos homens públicos uma postura mais ética no tratamento das causas de interesse geral do povo.
Até hoje ainda muitos estão desabrigados |
O pior de tudo é que esse comportamento desumano e nada ético em relação à Região Serrana do RJ surge na mesma semana em que estourou o escândalo do Ministério dos Transportes, que resultou na queda do seu titular, Alfredo Nascimento, mas que por uma ironia do tal "sistema de coalizão', que deixa refém a presidente Dilma Rousseff, que é obrigada e manter aquela pasta nas mãos do partido do ministro que 'pediu pra sair', cabendo ainda a ele mesmo discutir e até indicar seu substituto num ministério que tem um orçamento de bilhões de reais para serem distribuídos pelo Brasil a fora, resultando no enriquecimento ilícito de alguns, como é o caso do filho do ex-ministro e presidente do Partido da República, 'dono' daquele bilionário ministério.