Operação Solidária só perseguiu adversários do ministro Tarso Genro
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Operação Solidária só perseguiu adversários do ministro Tarso Genro


A prefeitura de Gravataí freqüenta as páginas dos autos da Operação Solidária, juntamente com as prefeituras de Canoas e Sapucaia.
A Operação Solidária investigou desvio de verbas públicas federais no fornecimento de merenda escolar.
Apenas em Canoas, os prejuízos aos cofres públicos foram calculados em R$ 5,5 milhões por ano pela PF, que usou Excel para fazer cálculos e gráficos.
A Operação Solidária acabou desbordando para outras investigações em função dos grampos, mas desviou o foco sempre que esbarrou em aliados do ministro Tarso Genro. Foi uma perseguição implacável aos inimigos do candidato do PT ao governo do RS.
O caso da Ulbra, pilhada no uso de lobistas para reduzir a sua dívida de R$ 80 milhões com o Banrisul (hoje a dívida é de R$ 200 milhões) é escandaloso, porque a PF e o MPF não foram adiante no caso.
Conheça os segredos ocultos da Operação Solidária
Foi uma dura e penosa leitura as 3.548 páginas (15 volumes) dos autos da Operação Solidária, desde as 18h30m desta segunda-feira até terça, 01h44m. A leitura incluiu transcrições de grampos devastadores e cruéis, relatórios de campanas fotográficas sobre suspeitos (o deputado Padilha foi o mais fotografado e filmado) e até confidências sobre a preferência sexual de meia dúzia de personagens, o que inclui a narração explícita sobre um inacreditável consórcio de garotas de programa em Canoas.
No RS, nas relações nada edificantes existentes entre alguns poucos políticos, empresários e homens públicos, a promiscuidade com o trato do dinheiro público pode ser sórdida, mas esta não é a regra e isto se percebe até mesmo no exame desapaixonado dos autos. O leitor identificará no processo, alguns personagens que povoaram antes a CPI da Propina (governo Collares, do PDT) e a CPI da Jogatina ou Segurança Pública (governo Olívio, do PT).
O teatro da rede de intrigas ocorreu em Porto Alegre, Canoas, Sapucaia, Gravataí, São Paulo e Brasília. A tudo e a todos os agentes da PF grampearam, gravaram, fotografaram e filmaram. Os dois lados demonstraram profissionalismo, mas os mocinhos impuseram o ritmo e só foram atrás dos adversários do ministro Tarso Genro.
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ATUALIZAÇÃO:
Em pelo menos três momentos dos grampos aplicados durante a Operação Solidária, realizada pela Polícia Federal do RS em cooperação com o MPF e a Justiça Federal, os agentes toparam com indícios sérios de ilícitos praticados por aliados do ministro Tarso Genro, mas preferiram não ir adiante.
1) Grampos revelaram denúncias sobre possíveis desvios de até R$ 58 milhões em obras do Trensurb (o TCU investigou o caso).
2) Noutro cenário, foi a vez da Ulbra, que resolveu usar lobistas e políticos para convencer o Banrisul a reduzir sua monumental dívida, na época, de R$ 80 milhões, mas o então reitor, Rubem Becker, considerado “queixo duro” por um dos grampeados, entornou o negócio. A dívida da Ulbra foi a cobrança judicial e já beira os R$ 300 milhões.
3) A SP Alimentos, a mesma empresa que foi a grande corruptora nos serviços de fornecimento de merenda escolar em Canoas e Sapucaia, soltou fogos quando o prefeito de Gravataí anulou a concorrência que resultou em vitória do seu concorrente.
A Operação Solidária atingiu exclusivamente adversários do ministro Tarso Genro nas eleições do ano que vem no RS.
O editor está de posse das 3.584 páginas da Operação Solidária, leu tudo, anotou e tem mais histórias para contar.
Fonte: Políbio Braga




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