O comando da Tríplice Aliança acabou na Ópera dos Malandros
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O comando da Tríplice Aliança acabou na Ópera dos Malandros



Augusto Nunes
Terminada a montagem do plano destinado a devolver o companheiro Manuel Zelaya ao gabinete presidencial, o comando da Tríplice Aliança combinou o que faria cada integrante na invasão de Honduras.
A mesada do estadista desempregado e as despesas da família continuariam sob o patrocínio da Venezuela. O apoio logístico para o deslocamento entre a fronteira e Tegucigalpa seria garantido pela vizinha Nicaragua.
Casa, cama e comida ficariam por conta do Brasil.
Distribuídos os encargos, os generais Hugo Chávez, Daniel Ortega e Lula decidiram o que ocorreria depois da instalação de Zelaya na embaixada brasileira.
Multidões de patriotas exigiriam nas ruas a imediata rendição dos golpistas e a restituição das chaves do palácio ao grande líder popular.
Todas as nações do planeta celebrariam a bravura do governo brasileiro. Acuados, os usurpadores primeiro tentariam destruir a embaixada.
Minutos mais tarde, rechaçados por voluntários da pátria, estariam cruzando o Caribe a nado na direção de Miami.
E Zelaya festejaria a segunda posse acenando o chapéu branco ao lado da trinca de estrategistas.
Faltou combinar com os hondurenhos.
Os combatentes que se animaram a sair de casa produziram manifestações parecidas com procissão de cidade interiorana em dia útil.
Muitas nações acharam que o Brasil agiu direito, mas se limitaram a pedir ao governo interino que voltasse para casa. Não foram atendidas. Em vez de atacar a embaixada, o presidente em exercício mandou cortar por algumas horas a luz, a água e o telefone.
Só então o chanceler Celso Amorim lembrou que o Brasil decidiu faz mais de 50 dias não reconhecer o novo governo ─ e não se pode conversar com algo que nem existe.
Se há queixas a fazer, portanto, devem ser encaminhadas ao quarto onde o presidente de verdade dorme durante a noite ou ao sofá onde cochila durante o dia (ao lado de uma bandeira de Honduras).
Se os cortes forem reprisados, é provável que os funcionários do prédio achem mais sensato recorrer à ONU ou ao bispo de Tegucigalpa.
Enquanto o Itamaraty contempla o beco em que se meteu, o hóspede já deve estar reclamando do serviço da estalagem.
Não lhe parece à altura da afamada hospitalidade brasileira. Embora saiba há muito tempo, ao contrário do Palácio do Planalto, que não preside coisa alguma.
Mas mesmo um ex-presidente merece mais conforto.
O comando da Triplíce Aliança planejou o que deveria ter sido uma irretocável operação político-militar.
Por enquanto, só compôs a ária mais bisonha da Ópera dos Malandro.
Fonte: Augusto Nunes



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