Carreira Militar
Na trilha maligna do Crack
 
 
Por Archimedes Marques
  Para produzir o crack, usam-se a borra da pasta base da cocaína, ou  seja, o lixo da cocaína que é diluída em solventes e misturada a outros  produtos químicos. O ácido sulfúrico está entre eles. Outra substância  com capacidade parecida de destruição é o ácido clorídrico que, quando  inalado, pode causar ferimentos graves na garganta e na boca do usuário.  
Também são usados bicarbonato de sódio ou amônia, a cal virgem e a  gasolina ou querosene que manipulados se transformam em uma espécie de  pedra meio tenra facilmente quebrável, de cor branca caramelizada e de  boa combustão, para daí entrar no comércio negro do tráfico de drogas  ilícitas e proibidas. 
O usuário ao fumar toda essa parafernália aspira o vapor venenoso para  dentro de seus pulmões, entrando em conseqüência na sua corrente  sanguínea. Como o crack é inalado na forma de fumaça e possui toda essa  gama de produtos químicos altamente nocivos à saúde de qualquer ser  vivo, ele chega ao cérebro muito mais rápido do que a cocaína ou de  qualquer outra droga, causando também um malefício mais abrangente para o  usuário que sempre vicia a partir do primeiro experimento.
O crack atua sobre o sistema nervoso central, provocando aceleração dos  batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das  pupilas, suor intenso, tremores, excitação. Os usuários apresentam  problemas no sistema respiratório como congestão nasal, tosse e sérios  danos nos pulmões. A droga também pode afetar o trato digestivo,  causando náuseas, dores abdominais, perda de apetite com conseqüente  excessiva eliminação de peso e desnutrição.
Os efeitos psicológicos imediatos do crack são a euforia e a sensação de  poder. Com o uso constante da droga, aparecem cansaço intenso, forte  depressão e desinteresse sexual. Em grande quantidade, o crack pode  deixar a pessoa extremamente agressiva, paranóica e fora da realidade,  como se estivesse em outro mundo, noutra vida. O cuidado pessoal do  usuário passa a não mais existir e sua autoestima rasteja aos mais  baixos níveis.
A droga destrói os neurônios e promove a degeneração dos músculos do  corpo, fenômeno conhecido na medicina como rabdomiólise, causando a  aparência esquelética no indivíduo, com ossos da face salientes, pernas e  braços finos e costelas aparentes.
O usuário do crack pode ter convulsão e como conseqüência desse fato,  pode levá-lo a uma parada respiratória, coma ou parada cardíaca e enfim,  a morte. Além disso, para o debilitado e esquelético sobrevivente seu  declínio físico é assolador, como infarto, dano cerebral, doença  hepática e pulmonar, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC),  câncer de garganta e traquéia, além da perda dos seus dentes, pois o  ácido sulfúrico que faz parte da composição química do crack assim trata  de furar, corroer e destruir a sua dentição.
O crack vai destruindo o seu usuário em vida ao ponto dele perder o  contato com o mundo externo, se tornando uma espécie de zumbi, ou  morto-vivo, movido pela compulsão à droga que é intensa e intermitente.  Como os efeitos alucinógenos têm curta duração, o usuário dela faz uso  com muita freqüência e a sua vida passa a ser somente em função da  droga. 
Além dos citados problemas de saúde que recaem para os usuários do  crack, as ocorrências no seu terreno familiar e social sempre passam  para a área criminal e vão caminhando rapidamente em largas vertentes  para dias piores. A vida vivida pelos envolvidos com o vício do crack  parece sempre transpor os inimagináveis pesadelos, pois do crack e pelo  crack são capazes de praticar qualquer crime.
Na trilha maligna do crack, o seu usuário encontra o desencanto, a dor, a  violência, o crime, a cadeia, a desgraça e o cemitério precocemente. O  crack traz o ápice da insanidade humana. Alguns que se recuperaram do  poder aniquilador do crack disseram que dele sentiram o gosto do  inferno.
Por sua vez, apesar de tudo isso, apesar dessa realidade brutal e com  perspectivas de piorar ainda mais com a sua crescente problemática,  sentimos o poder público ainda meio tímido, sem verdadeira vontade  política para debelar tal situação, assertivas essas comprovadas pelo  andamento de alguns projetos que já se mostraram ineficientes e outros  que se mostram apenas paliativos em ação.
É fácil de concluir que o perfil da sociedade brasileira se transformou e  os problemas familiares, sociais, da saúde e da segurança pública  mudaram consideravelmente para pior a partir do advento do crack. Dentro  desse contexto também cresceram e continuam crescendo todos os índices  de crimes possíveis, destarte os crimes de furto, roubo, latrocínio e  homicídio.
Assim, por justo o povo clama por solução adequada, por remédio  curativo, não paliativo. Projetos verdadeiros e efetivos devem entrar em  ação com urgência urgentíssima, pois os problemas deixados na maligna  trilha do crack crescem em proporções geométricas e atingem em cheio a  nossa sociedade.
Archimedes Marques 
é Delegado de Policia no Estado de Sergipe
Fonte:  Alerta Total 
 
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