Todo ano de eleição, políticos e intelectuais falam desta gloriosa Democracia. Hoje, (26/4/10) no "Estado de São Paulo
", Fabio Giambiagi, o famoso economista e colunista do jornal, escreve "em primeiro lugar, a democracia vai se consolidando cada vez mais". E os jovens brasileiros acreditam. Vamos aos fatos.
1. Nossa democracia tem sido eleger o menos pior. Não estou falando de 2010, estou falando de quase todas as eleições. Por quê?
Porque não temos primárias, nem prévias dentro dos partidos. Quem escolheu a Dilma? Lula. Quem escolheu o Serra para ser o candidato do PSDB? O próprio Serra, perguntem ao Aécio.
Para que se filiar a um partido, se você sequer terá o direito de escolher aquele que você vai se esforçar em eleger. Começa por aí. Não foi uma comitiva, o diretório do partido, muito menos os membros e filiados dos partidos, como nos EEUU.
Pior. Quais foram os critérios de escolha? Ser bom de voto? Nenhum dos dois são bons de voto no sentido clássico da palavra. Se fossem, não precisaríamos de marketeiros e consultores eleitorais.
2. Uma vez eleito, o candidato não pode escolher os Ministros que quer, nem são do partido eleito. Isto é democracia se consolidando Prof. Giambiagi? Acorda Professor!
FHC não teve 34 Ministros do PSDB, conseguiu indicar somente 3, todos seus amigos, que foram o Malan na Fazenda, o Paulo Renato na Educação, e o Serra na Saúde. "
E o Serra não me obedece".
O partido eleito, para ter o poder de "mudar o país", que a rigor cabe ao Legislativo, sempre cooptou o Legislativo dando-lhes cargos no Executivo.Uma aberração democrática que Giambiagi sequer menciona. Elegemos o PSDB, ou o PT, para que indiquem administradores competentes e alinhados com as promessas do partido, em todos os Ministérios, e não saírem loteando estatais, cargos e Ministérios para fazer "composição" com os outros partidos.
"Mas se for assim, não se governa". Mentira, governa-se sim, mas com as leis existentes. E, há muito ainda para se fazer com as leis existentes, o governo não sai tão prejudicado assim se não fizer nenhuma lei adicional.
3. Indicar amigo de "confiança" não é Democracia.Indicar pessoas sem qualificação administrativa não é Democracia. Eu não vou votar em um Partido que coloca em "cargos de confiança", amigos de confiança.
Já escrevi na Veja que todos os cargos nas empresas são cargos de "desconfiança".
Nós, administradores, colocamos os melhores profissionais mesmo não os conhecendo, e colocamos auditores internos, externos e sistemas de segurança para não sermos pegos de surpresa. Nem sempre isto funciona, mas
tente despedir um amigo que se mostra incompetente que você conhece há 20 anos.
4. Numa verdadeira Democracia, um governo de 4 anos não pode criar uma dívida a ser paga nos próximos 40 anos. Isto negaria a Democracia para os 36 anos de governos seguintes. No limite, estes governos farão nada mais do que pagar as dívidas dos anteriores.
FHC lançou o Brasil 2040, com enorme cobertura favorável da imprensa econômica. Mostra, de fato, uma confiança do investidor nunca vista, mas o que isto significa para a Democracia?
Podem os economistas bem intencionados de um governo, endividar os economistas dos próximos 10 governos? Claro que não!Mas, Giambiagi sequer comenta esta distorção democrática. Pior, isto faz parte da democracia de todos os economistas que foram conduzidos ao poder deste país, porque todos fizeram justamente isto.
Administradores também fazem isto nas empresas de capital aberto, nas compras a prazo de máquinas, mas a "administração" seguinte normalmente pode vender as máquinas, desfazendo a operação anterior. Quais são as "máquinas" que podem ser vendidas no Brasil 2040? Nem máquinas têm, o dinheiro nem pode ser rastreado a seu destino final, uma despesa provavelmente.
Numa Democracia, com D maiúsculo, um governo eleito tem um MANDATO DE SOMENTE 4 ANOS, e não de 40 anos.Numa Democracia, Prof. Giambiagi, todas as dívidas governamentais precisam ser pagas até o ultimo dia do mandato, ou seja, dívida ZERO.
Eu sei que
isto é duro, difícil, complica a vida dos economistas no poder. Mas por outro lado, não teríamos dívidas externas impagáveis em governos seguintes, dívidas internas colossais, juros colossais como hoje, nada do que nos atrasou nestes últimos 500 anos. Você caro leitor, acha correto que um governo eleito para o mandato de 4 anos, possa criar dívidas externas e internas que os próximos governos eleitos pelo povo terão que pagar? Isto é democrático? Por que esta questão jamais foi aventada pela mídia brasileira, que por sinal, sofreu tanto quanto todos nós os juros altos destas dívidas impagáveis contraídas pelos governos anteriores? Com a palavra nossos jornalistas econômicos.Fonte: Blog do Stephen Kanitz,
indicado por correio eletrônico de minha amiga Wanda
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