Especialista em aviação levanta possíveis causas para o acidente em Madri
Se a falha foi na decolagem, pode ser causada por objeto na turbina. Se for no pouso, é possível que seja falha do piloto, no pneu ou na pista.
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Ou seja: quatro horas depois do momento do acidente (9h45, no horário de Brasília) o portal da Globo ainda era incapaz de confirmar se o avião havia se acidentado numa decolagem ou num pouso, mas – apesar desse pequeno detalhe – o "especialista" Gustavo Cunha Mello não se furtava de conjecturar hipóteses sobre as causas da tragédia.
Instigante tarefa para uma noite de insônia: tentar descobrir quem é esse fantástico especialista, capaz de especular sobre as causas de acidentes aéreos apenas vendo pela TV a fumaça dos destroços. Uma busca no oráculo Google nos indica que o sujeito é, de fato, uma fera no assunto. Em matéria no jornal O Globo de 1º/08/2007, discorrendo sobre as hipóteses kamelianas do acidente com o Airbus TAM em Congonhas, nosso expert foi assim descrito:
Para Gustavo Cunha Mello, especialista que analisou mais de 175 mil acidentes aéreos, e foi ouvido por 'O Globo' em reportagem publicada nesta quinta, a possibilidade de falha mecânica não pode ser descartada. Clique aqui.
Vejam só! Eu nunca poderia imaginar que já tenham ocorrido no mundo 175 mil acidentes aéreos, mesmo começando a contá-los pela queda de Ícaro! Mas surpreendente mesmo é haver um ser humano que se dedicou a estudar cada um deles. Supondo que tenha gasto em média 30 minutos em cada breve análise, dedicando 8 horas por dia a essa extenuante tarefa, o infatigável Gustavo entregou nada menos que 24 anos de sua vida adulta (incluindo sábados, domingos e feriados) ao estudo dessas fatalidades. Não me admira que seja capaz de desvendar suas causas apenas aspirando o aroma do querosene queimado.
Querem mais? Apesar dessa tarefa hercúlea, sobrou-lhe tempo para cursar faculdades, fazer pós-graduação, dedicar-se a outras especialidades e até mesmo ao ensino dos nossos jovens.
Gustavo Mello inicia sua colaboração com O Globo em outubro de 2006, na época do acidente da GOL com o Legacy, no qual já é citado (grifos meus):
(...) para o engenheiro Gustavo Tavares da Cunha Mello, autor de tese de mestrado sobre acidentes aeronáuticos, é possível que o piloto do Legacy tenha se esquecido de ligar ou até mesmo desligado o sistema anticolisão, para voar mais alto. clique aqui.
Em 25/07/07, na sequência imediata do acidente da TAM, retorna ao periódico, ostentando títulos mais convincentes:
Gustavo Cunha Melo, engenheiro da Universidade Federal Fluminense e especialista em gerenciamento de risco, diz que estudos recentes desenvolvidos na Europa indicam que as pistas dos aeroportos devem ter, no mínimo, 2.400 metros para receber aviões de grande porte. Clique aqui.
O especialista volta ao jornal dos Marinho (com ainda mais diplomas e títulos) em 5/8/2007, em matéria de Soraya Aggege falando sobre as causas do "Caos Aéreo":
Um ano depois, os lobbies das empresas já estavam criados, e, no ano seguinte, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) foi criada. O setor ficou desde então sem controle - diz o economista e engenheiro Gustavo Cunha Mello, professor da Universidade Federal Fluminense e consultor de riscos e seguros da Correcta. Clique aqui.
Em 21/11/07 sua fama já chegava à Band News, que também contou com sua preciosa colaboração:
A medida poderia ser a primeira ação do governo em direção à desmilitarização do setor, segundo o professor da Universidade Federal Fluminense especializado em aviação, Gustavo Cunha Melo. Clique aqui.
Curiosamente, a Universidade Federal Fluminense não inclui o professor Gustavo na lista oficial de docentes (datada de 2006) que está disponível para download no seu site: clique aqui.
Também não é possível encontrar seu currículo no sistema Lattes, do CNPq (http://lattes.cnpq.br/), embora por lá restem traços da sua dissertação de mestrado, defendida em 2005, com o título "Uma hierarquia dos fatores contribuintes de acidentes aéreos".
Querem saber quem de fato é o consultor de seguros Gustavo Tavares da Cunha Mello? Seu currículo, por ele mesmo, está no site da sua corretora: clique aqui.