O governo lança nesta sexta-feira mais uma campanha de desarmamento da população. Mas as estatísticas do próprio Ministério da Justiça indicam que o problema não são as armas legais e sim as ilegais, que estão nas mãos dos criminosos. Segundo estudos do ministério, o Brasil é o campeão mundial de mortes por arma de fogo. Isso significa que é mais fácil ser baleado e morto no Brasil, do que na guerra civil na Líbia. São 34 mil assassinatos por ano e 16 milhões de armas circulam pelo país. Quase metade ilegais. E são estas as responsáveis pela grande maioria dos assaltos e assassinatos. Nos cinco Estados com maior número de armas legais, ocorreram 9% de homicídios. Já em outros cinco Estados com menor quantidade de armas registradas, aconteceram 26% das mortes. A maioria das armas ilegais entra pelas fronteiras, como a do Paraguai. A Band mostrou como é fácil comprar uma arma em Ciudad del Este. Segundo a denúncia, um motoboy entrega a arma no Brasil. Mas, se um cidadão quiser comprar e portar uma arma legalmente, um direito garantido por lei, vai pagar caro, esperar meses e pode nem conseguir. Na década de 1990, só o Estado de São Paulo concedia em média 90 portes de arma por ano. Atualmente, a lei está tão rígida que em 2010 apenas 47 paulistas receberam a autorização. Em 2005, o brasileiro decidiu, por meio do voto, que o cidadão teria direito de possuir uma arma. Mesmo assim, depois do massacre de Realengo, quando um jovem invadiu uma escola e matou 12 estudantes, no Rio, o tema voltou ao debate. Vários políticos aproveitaram a oportunidade para defender um novo plebiscito para decidir a questão. Um absurdo, na opinião do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, Luiz Flavio Borges D’Urso. Para ele, o que falta é o Estado cumprir sua missão, de combater o negócio ilegal de armas. Editorial O governo brasileiro, apoiado por políticos demagógicos e oportunistas, tenta impor à população uma ideia falsa: a de que uma campanha de desarmamento vai reduzir a criminalidade. Comanda esta ofensiva mentirosa o ministro da Justiça, omitindo fatos que explicariam a realidade do crime no país. E os fatos são claros: a ameaça vem das armas clandestinas que o ministro e seu governo deveriam combater. E não das armas legais dos cidadãos honestos. Se elas forem retiradas de circulação, restarão apenas as dos bandidos - o que só pode aumentar o perigo de assaltos e de assassinatos. É chocante como a força da demagogia tapa os olhos de quem deveria ver com mais clareza este cenário, tão simples e tão trágico. Ao empunhar a bandeira da mentira, o ministro e sua campanha de convencimento agridem, não só a realidade brasileira, mas também a vontade da maioria da população. Há pouco tempo, ela exigiu, em um referendo, o direito de o cidadão honesto ter a sua arma. Exigência legítima, que é praxe em quase todo o mundo, até para se defender sim, em um país em que o Estado não cumpre o seu papel na segurança pública. Esta é a opinião do Grupo Bandeirantes de Comunicação.
Fonte: E-Band
COMENTO: concordo plenamente com o editorial da Band.
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