A Operação Royalties
Carreira Militar

A Operação Royalties


PARTE I
Diogo Mainardi
Victor Martins está sendo investigado pela Polícia Federal. Num relatório interno, sigiloso, ele é tratado como suspeito de comandar um esquema de desvio de 1,3 bilhão de reais da Petrobras.
Quem é Victor Martins? Já tratei dele alguns anos atrás. Talvez alguém ainda se lembre. Ele é diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP). É também irmão do ministro da Propaganda de Lula, Franklin Martins.
Vamos lá. Ponto por ponto. Em meados de 2007, a PF prendeu treze pessoas na Operação Águas Profundas. Elas eram acusadas de fraudar e superfaturar contratos com a Petrobras. Durante as investigações, os agentes da polícia fazendária do Rio de Janeiro descobriram outro esquema fraudulento, envolvendo empresas de consultoria, prefeituras e a ANP. Segundo a denúncia, tratava-se de um esquema de desvio de dinheiro de royalties do petróleo. A PF abriu uma nova investigação, batizada de Operação Royalties.
Nos primeiros meses de 2008, o delegado responsável pela Operação Royalties preparou um relatório sobre o resultado de suas investigações. O que tenho na minha frente, no computador, é justamente isto: a cópia integral desse relatório.
De acordo com os dados recolhidos pelos agentes da PF, Victor Martins, apesar de ser diretor da ANP, continuaria a se ocupar dos interesses da Análise Consultoria e Desenvolvimento, empresa da qual ele seria sócio com sua mulher, Josenia Bourguignon Seabra. Victor Martins se valeria de seu cargo para direcionar os pareceres da ANP sobre a concessão de royalties do petróleo, favorecendo as prefeituras que aceitassem contratar os préstimos de sua empresa de consultoria. Num episódio descrito pela PF – e reproduzo o trecho mais escandaloso do relatório –, Victor Martins "estaria ajeitando uma cobrança de royalties da Petrobras, no valor de R$ 1.300.000.000,00 (um bilhão e trezentos milhões de reais), através da Análise Consultoria, e teria uma comissão de R$ 260.000.000,00 (duzentos e sessenta milhões de reais), a título de honorários".
O relatório da PF, com todos os detalhes sobre o esquema e o nome dos supostos cúmplices de Victor Martins na ANP, foi apresentado a Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da PF. O que aconteceu depois disso?
Primeiro: a Operação Royalties, que estava a um passo de ser deflagrada, com as primeiras prisões, foi posta de molho.
Segundo: o delegado que dirigia as investigações foi transferido.
Terceiro: o chefe da polícia fazendária do Rio de Janeiro foi trocado.
Quarto: o superintendente da PF carioca, Valdinho Jacinto Caetano, foi promovido ao cargo de corregedor-geral, em Brasília.
É bom lembrar: Victor Martins só está sendo investigado pela PF. Ninguém o acusou judicialmente. Ninguém o condenou. Mas os parlamentares do PSDB e do DEM passaram a semana fazendo de conta que instituiriam uma CPI da Petrobras. O motivo: segundo eles, a PF abafaria as denúncias contra petistas e membros do governo, como na Operação Castelo de Areia. Se é assim, a Operação Royalties parece confirmar essa tese. CPI da Petrobras. Já.
Fonte: Diogo Mainardi
PARTE II
Nesta quinta — sim, ontem (23/4) —, li uma estranha notícia no Estadão. Marcelo Auler escreve: As investigações realizadas pela Polícia Federal do Rio já confirmaram que não foi preparado por nenhum de seus órgãos o chamado ‘relatório de inteligência’, com acusações ao diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Victor Martins, irmão do ministro Franklin Martins.
Epa, epa, epa!
Jabuti em árvore ou é milagre ou é malandragem. Como assim? Não foi? Por nenhum de seus órgãos? É mesmo, é?
Mais adiante, escreve o repórter: A informação de que o relatório - que chegou a ser noticiado como peça da Diretoria de Inteligência da PF - não foi preparado dentro do departamento será divulgada oficialmente pelo superintendente da instituição no Rio, Ângelo Gióia, na próxima semana. Nos próximos dias, a polícia quer concluir as investigações sobre a elaboração do relatório e sua divulgação à imprensa”.
Se Gióia vai fazer essa divulgação na semana que vem, mas a notícia já está nos jornais, o leitor inteligente vai acabar concluindo que o foi o próprio Gióia quem deu esse off.
Devagar com andor!
Que história é essa de que “o relatório chegou a ser noticiado como peça da Diretoria de Inteligência da PF”??? Fica parecendo que foi uma invenção de jornalistas.
Corrijo a informação em nome da precisão.
A DIREÇÃO DA PF CONFIRMOU QUE O RELATÓRIO ERA DA INTELIGÊNCIA:
- CONFIRMOU AO JORNAL NACIONAL;
- CONFIRMOU À FOLHA DE S.PAULO.
GIÓIA VAI DIZER, NA SEMANA QUE VEM, QUE A DIREÇÃO NACIONAL DA PF MENTIU, É ISSO?
Se é comigo, quebro o sigilo da fonte! Imagine se, agora, uma direção regional vai desmentir o que foi informado pela direção nacional da PF. Eles que se entendam. OU O DOCUMENTO É DA INTELIGÊNCIA, COMO DISSE A DIREÇÃO NACIONAL, OU NÃO É, COMO, SEGUNDO A REPORTAGEM, VAI DIZER A DIREÇÃO REGIONAL.
Estamos, mais uma vez, diante daquelas zonas cinzentas muito características do governo Lula.
1 – De fato, há uma investigação sobre o pagamento de royalties da Petrobras;
2 – o tal relatório acusa Victor Martins de fazer lobby;
3 – o documento não integra as peças regulares das investigação;
4 – A DIREÇÃO DA PF AFIRMOU QUE ESSE RELATÓRIO É DA ÁREA DE INTELIGÊNCIA E QUE FOI MANTIDO EM SIGILO PARA NÃO PREJUDICAR A INVESTIGAÇÃO;
5 – agora, parece, cuida-se de uma versão surrealista, segundo a qual o documento nem da PF é...
Mais um pouco, alguém vai se lembrar de culpar os jornalistas, claro!!!, pelo imbróglio.
Isso decorre, sem dúvida, da anemia das oposições no país. Assim que esse documento veio a público, descobriu-se que, quando menos, coisas estranhas acontecem na relação entre ANP, Petrobras, empresas de assessoria e municípios que recebem os royalties. Coisas estranhas num universo de cifras bilionárias. Um Senado que estivesse discutindo assuntos relevantes, e não quem foi para Miami com o dinheiro do contribuinte, já teria debatido uma CPI para investigar o caso. Ou é corriqueiro que um funcionário de uma agência, encarregado de analisar pleitos de correção de royalties, mude de lado no balcão e passe a ser o lobista dos processos que ele mesmo analisou? Ou é corriqueiro que um diretor da ANP seja sócio de uma empresa que faz pleitos junto à ANP?
PARECE QUE O SENADO BRASILEIRO TEM VOCAÇÃO APENAS PARA SER INVESTIGADO — E POR JUSTOS MOTIVOS —, MAS NÃO PARA INVESTIGAR, EMBORA NÃO FALTEM... MOTIVOS!!!
Façam o seguinte: mandem prender os jornalistas! Essa gente tem a mania de ficar dando notícia.
Fonte: Reinaldo Azevedo



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