Entre os mandados de busca e apreensão cumpridos durante a “Operação Naufrágio”, deflagrada em 9 de dezembro do ano passado, dois itens chamam a atenção e comprometem a validade do concurso para juiz realizado em 2004, e que está sob suspeita de fraude. O auto de apreensão é referente às buscas na residência do desembargador
Alinaldo Faria de Souza, que também teve um parente aprovado no mesmo concurso.
Os agentes da Polícia Federal encontraram na casa do desembargador uma listagem contendo diversos nomes com número de processo e média encaminhada a ele, e com a assinatura do então presidente do concurso de 2004, desembargador Álvaro Bourguignon, atual presidente do órgão em exercício. Os federais também encontraram um impresso de prova contendo
10 questões com gabarito manuscrito ao lado de cada uma das questões. No relatório do
Ministério Público Federal (
MPF), a prisão do desembargador
Alinaldo chegou a ser pedida, mas foi indeferida pela ministra-relatora do processo no
Superior Tribunal de Justiça (
STJ),
Laurita Vaz.
Segundo as anotações do Ministério Público, há indícios seguros de que a organização criminosa instalada dentro do Tribunal capixaba, também se dedicou à fraude no concurso público para o ingresso na magistratura do Estado. Em
2005 foi lançado um edital de abertura de inscrições para o concurso antes da uniformização dos parâmetros pelo
Conselho Nacional de Justiça (
CNJ). Mas, segundo o
MPF, depois de fechadas as inscrições, o concurso não teve prosseguimento por conta de disputas internas.
Atendendo a representações dos
Ministérios Públicos Federal e Estadual, o
CNJ deu prosseguimento ao concurso, mas determinou a elaboração de novo edital.
Mesmo assim, novas manobras foram feitas para driblar as regras e facilitar a entrada de parentes de desembargadores no Judiciário.
Ainda segundo o
MPF, alguns desembargadores “torciam” para que a
Fundação Ceciliano Abel de Almeida , da
Universidade Federal do Espírito Santo (
UFES), realizasse o concurso.
Para o Ministério Público, a desenvoltura e ousadia na elaboração das fraudes, que não cedem nem diante da palavra definitiva do CNJ, faz supor que vários concursos públicos no judiciário capixaba estiveram longe de imparciais. Ainda mais se a investigação for comparada ao fato de que famílias inteiras de desembargadores, cedo ou tarde, ingressam na magistratura estadual e têm carreira meteórica. RecursoNo dia seguinte à
“Operação Naufrágio”, uma servidora reprovada no concurso para juiz de
1997, recorreu ao
STJ, relatando os fatos daquele certame. Segundo o recurso da servidora, encaminhada à ministra
Laurita Vaz, requereu a juntada aos autos da cópia da
Reclamação feita ao
Conselho Nacional de Justiça (
CNJ).
Na época da prova, a servidora ingressou com um recurso administrativo no TJES, que ficou parado no Tribunal por sete anos, impedindo-a de ingressar com um mandado de segurança. Com o estouro da
“Operação Naufrágio”, a candidata entendeu que a paralisação do processo serviu para interesse de passarem à frente parentes de desembargadores.
Ela reclama ainda do fato de o desembargador Alemer ter votado na questão, que beneficiaria um parente dele. ReaçãoO suposto beneficiado citado pela candidata reagiu à reclamação, alegando que ela omitiu no bojo da ação a existência de edital anterior ao provão, no qual ficou definido que referida prova teria caráter eliminatório e que não seria computada nas demais etapas.
Ele esclareceu ainda que o CNJ, analisando a Representação, em decisão monocrática, não reconheceu a argumentação trazida pela candidata, indeferindo a ação e salientando que ela teria omitido o edital (ver comentário abaixo).
Fonte: http://www.seculodiario.com.br/novo/exibir_noticia.asp?id=2500
transcrito no Blog Contra o Vento
loading...
A Câmara dos Deputados aprovou um projeto aumentando os salários de parte de servidores de nível médio da Casa. A proposta sobe as quatro menores faixas salariais de técnico legislativo. O reajuste será de 49,4%.Os salários dos quatro menores...
Da série 'tenha cuidado com o que você repassa': a EsSA acaba de divulgar o total de inscritos para o concurso de 2012. O número passa dos 60.000. Embora a procura tenha caído pela metade em relação há alguns anos atrás, é muito...
por FÁBIO PANNUNZIO - 14 Mar 2010 A Justiça matogrossense pode livrar os eleitores daquele estado do risco de darem um novo mandato ao maior ficha suja do país. A situação do presidente da Assembléia de Mato Grosso, deputado José Geraldo Riva...
Empreguismo e trambicagens Apuração de VEJA sobre a demissão de 1.200 funcionários da Câmara mostra que há mais do que cortes de excesso - e revela as caras daqueles que empregam mulheres e filhos. ...
. Depois dos escândalos do Juiz Lalau e da venda de sentenças, o Judiciário brasileiro perdeu sua aura de inviolável e de poder acima de qualquer suspeita. Afundado no marasmo do atraso e da ineficiência; o Poder Judiciário e, em especial, alguns...