É a educação, estúpido!
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É a educação, estúpido!


Por Jota Alves
É burrice achar que se adquire inteligência na universidade
(presidente Lula)
Bush, pai, ligado aos magnatas do petróleo, inclusive com a família de Osama Bin Laden e vice-presidente de Reagan, concorria à reeleição. Prestigio em alta pelo desmoronamento da União Soviética e vitória na Guerra do Golfo (Iraque). Seu adversário Bill Clinton venceu e se reelegeu presidente dos Estados Unidos batendo nos gastos militares, no desequilíbrio fiscal e na queda do consumo. A frase de James Carlyle It’s the economy stupid fez a diferença.
Com as suas instituições solidificadas pela constituição de 17 de setembro de 1787, o país conseguiu avanços colossais em todos os ramos da atividade humana tendo como pilar a educação formal - aquela com a qual se adquire inteligência - que não é a mesma da esperteza, malandragem, jogo-de-cintura e chutômetro verbal.
Líder da economia de mercado, os EUA são uma nação declaradamente capitalista. Pode o Brasil com as suas instituições em frangalhos e a sua educação formal sendo desmoralizada com frases de botequim e gozações do primeiro mandatário do país dar-se ao luxo de achar que devemos tudo à Economia? Se há uma Economia brasileira, quais os seus pilares? Capitalista? Social liberal? Conservadora? Marxista? Caridosa? Mistura de quê com quê? Economia de nação ou de província capitalista? Economia elogiada por sua riqueza natural, produtora de matéria-prima e de pernas abertas para especuladores, picaretas internacionais e arquitetos de “crises”? A quem serve a Economia “brasileira”? Com a educação formal estruturada e a todo vapor e a maior produção universitária, científica e tecnológica do mundo, os EUA têm mesmo é que se concentrar na Economia. Qualquer queda no consumo do americano provoca abalo e derrota políticos.
“Façam a cabeça dos políticos e magnatas brasileiros. Vaidosos, superficiais e corruptos por natureza eles serão sempre nossos porta vozes e aliados. Façam eles ocupados e orgulhosos de seus avanços econômicos ditados por nós. Se o brasileiro conseguir juntar Educação, Cultura, Civismo, Economia, teremos um adversário perigoso”. Dos arquivos já não tão secretos do pós-guerra, Grupo de Paris, Consenso de Washington. E nossos dirigentes falam de Economia como se a dominassem, bem ao jeito do papagaio de pirata e de outros repetidores silvestres como o macaco-prego.
No Brasil não pode ser só a Economia
Rico por natureza, mas, pobre de cidadania, caráter, ética e princípios, o Brasil de tantos bons títulos no exterior passa a ser chamado de: “Messalina sul americana de moral dupla”, país panetone, paraíso da corrupção de governo. No Brasil não é, não pode ser só a Economia. Mas, infelizmente, antes de Educação e Cultura, apenas itens de governo, está a bufunfa, a propina, o dinheiro dentro e fora do país, nas meias, cuecas e calcinhas. Onde a Economia é levada a sério não se perdoa roubo de dinheiro, principalmente público. O Brasil perde reputação que a propaganda oficial e o nacionalismo de futebol e de bandeira negam. Não adianta pré-sal; pré-ouro; pré-diamante; pré-gas, no nosso caso trágico o gogó de Ema está na Educação e na Cultura. Até o comunista Marx, financiado pelo capitalista Engels, se soubesse o que pode estar no DNA de povos e nações concordaria que cada caso, um caso, e que idéias e dogmas não se exportam como café e soja. Mas, no Brasil de Educação e Cultura colonial, superficial, desrespeitada por governantes é preciso detalhar as nossas culturas:
Qual a cultura política do brasileiro e a sua educação partidária, eleitoral? Qual a educação institucional do país e onde o limite entre liberdade e libertinagem, entre o certo e o errado? Por que essa pilhagem organizada em todos os poderes da República? Por que a impunidade, mãe da corrupção, é norma no país? Qual a cultura musical e televisiva do brasileiro? Se a universidade não é o lugar para criar inteligências, qual o lugar? Por que o presidente do país desmoraliza a cultura da escolaridade: “tem gente que pensa que a inteligência está ligada à quantidade de anos de escolaridade, nada mais burro que isso.”
Por que professores, mestres, acadêmicos e a inteligentzia nacional não reagem aos ataques contra a educação formal desferidos continuamente pelo presidente do país? Qual o índice de produção cientifica e tecnológica do Brasil? Quais são e como estão os nossos produtos culturais? Por que a TV brasileira que tem boa qualidade técnica e péssima programação substituiu a escola, o cinema e os centros de cultura? Por que Serra, Dilma e Ciro Gomes só falam ao povo sobre possíveis avanços econômicos? Por que candidatos nunca conclamam o povo à ética, moral, princípios? Não dá Ibope, é caretice falar em honestidade, vergonha, honra? Por que não temos retentores morais? E quando os nossos recursos naturais estiverem mais exauridos o que restará do país outrora rico? Economia de que e para quem? Para mais corrupção? Quem controla a Economia que nos domina de fora pra dentro e de dentro pra fora? Economia baseada em petróleo? Economia para o esbanjamento brega de Dubai? Economia com base no petróleo e corrupta como a da Venezuela? De guerra como no Iraque? Da Indonésia ambientalmente estraçalhada?
Não foram os bilhões de dólares na guerra das estrelas nem a confusão ideológica de Gorbachev que diluíram a União Soviética. Foi a Cultura na união “forçada” de povos, línguas e dialetos. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi uma solução inteligente de Lênin naquele momento de guerra revolucionária. Stálin manteve acesa a chama patriótica entre diferentes e ganhou a guerra da Alemanha nazista. Não foi a Economia que acabou com a URSS rica em petróleo, gás, diamante, de sólida industrialização e educação formal. A União foi extinta pela força das raízes culturais dos povos que a integravam. Leningrado não voltou a ser Petrogrado por euforia política.
Uma só língua, um só povo, um país continental a padecer sob as mãos de muitos Pôncio Pilatos exatamente porque endeusamos uma Economia que não é nossa e desprezamos a nossa Educação e Cultura. Assessor de candidato a presidência do Brasil eu o faria repetir Educação e Cultura, estúpidos!
Jota Alves - graduou-se em Direito Internacional em Moscou.
Criou o Dia do Brasil no exterior.
Ex-Secretário de Governo em MT.
e-mail: [email protected]
Fonte: Coluna do Claudio Humberto




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